sexta-feira, 1 de julho de 2016

UFF - Universidade Federal Fluminense






UFF – Universidade federal Fluminense

1 – INTRODUÇÃO – Fui procurado pelo prof. Da UFF, Haroldo Collet, para dar aulas práticas e teóricas de Mecânica dos Solos naquela universidade, conforme as figuras A1 a A5.



Fig. A1 – Carteira de trabalho (1)



Fig. A2 – Carteira de trabalho (2)


Fig. A3 – Carteira de trabalho (3)


Fig. A4 – Carteira de trabalho (4)


Fig. A5 – Carteira de trabalho (5)
           
                      Quando ainda estava trabalhando na ENARC S/A Engenharia de Fundações, ao realizar vistorias em um prédio, em Copacabana, devido a estragos provocados pela nossa firma durante a cravação de estacas, encontrei uma jovem estudante da COPPE-UFRJ em um dos apartamentos. Depois que expliquei a ela os motivos da minha vinda para o Rio de Janeiro, ela me aconselhou a procurar o prof. Luiz Lobo Carneiro, diretor da COPPE-UFRJ. Foi o bastante para que ele me orientasse a preencher os formulários de solicitação de bolsas de estudo ao CNPQ e à CAPES. Em meados de novembro de 1972, recebi a notícia de que fora contemplado com uma bolsa do CNPQ no valor de Cr$ 1.200,00. Logo procurei os representantes da firma para comunicar que só trabalharia até o final do mês de dezembro, pois logo no início de janeiro de 1973, iniciaria meus estudos como candidato ao mestrado na COPPE. Avaliei o fato de receber o salário de Cr$ 2.500,00, que adicionado à gratificação de Cr$ 500,00 para despesas com transporte, totalizavam Cr$ 3.000,00.
            Os dirigentes da firma resolveram fazer uma reunião, com minha presença, para negociar a minha permanência na empresa. Houve uma proposta de Cr$ 3.000,00 na carteira, mas eu disse que não continuaria se não fosse Cr$ 4.000,00 na carteira, e assim não houve acordo.
            O meu sonho era adquirir um Fusca 0km, para isso trabalharia mais um ano e depois iria seguir o curso de mestrado. Na realidade, eu desejava me desenvolver estudando projetos, junto com as aplicações nas diversas obras de engenharia. Contudo a minha conselheira explicou que financiamento do governo só existia no âmbito do ensino, com dedicação exclusiva. Era uma camisa de força que eu teria que vestir.
            Durante os meses de janeiro e fevereiro de 1973, compareci ao curso de revisão dirigido pelo prof. Jacques de Medina, que era um curso de nivelamento para proporcionar aos alunos vindos de outras partes do País uma superação de suas prováveis deficiências, pois as matérias do mestrado só se iniciariam no mês de março.
            Consegui ir me adaptando às exigências do curso até iniciar as pesquisas de laboratório no ano seguinte, com vistas a defender a minha futura Tese de Mestrado. Durante a realização dos ensaios de laboratório, o prof. Haroldo Collet me conheceu e me disse que eu seria a pessoa ideal para colocar os equipamentos de ensaios de laboratório da UFF, que estavam sem uso por não haver quem encabeçasse esse tipo de aula prática para os alunos. Devido aos traumas sofridos com professores, tanto no colégio Guido de Fontgalland como na Escola de Engenharia, além da minha total incapacidade de falar em público, nunca poderia me imaginar como sendo um professor. Sempre me recordava do fracasso em cumprir a minha tarefa no grêmio do colégio, que era subir no palco e declamar uma poesia, escolhida por mim por ser a mais curta e simples possível, cujo título era “Os Pombos”. Quando subi no palco a voz se embargou e comecei a chorar, descendo logo do palco. Todos me conformaram e fui dispensado da tarefa. No curso de mestrado, a disciplina ministrada pelo prof. Jacques de Medina exigia uma apresentação de final de curso, muito semelhante à futura defesa da tese. No dia marcado, me postei à frente dos assistentes, depois de escrever no quadro de giz, à minha retaguarda, o resumo do que iria falar. Senti um mal estar como se fosse uma paralisia dos maxilares, e não consegui pronunciar uma só palavra. Vi a fisionomia do prof. Jacques de Medina mostrando uma expressão de profunda preocupação, e logo em seguida ele abaixou a cabeça, deixando tudo por minha conta. Todos me olhavam em silêncio. Foi então que me ocorreu a seguinte reação: me voltei para o quadro e comecei a ler, com voz forte, até que me virei para o público e continuei falando. Mais adiante eu já via o citado professor sorridente. Foi um momento inesperado de superação do que parecia impossível. Confesso que passei a desejar esse tipo de atividade, sobretudo devido à insistência do prof. Haroldo Collet e de sua incondicional solidariedade em apoiar o meu sucesso.
            Em março do ano seguinte, 1975, iniciei minhas aulas teóricas e de laboratório, na Universidade Federal Fluminense, sob a supervisão do prof. Haroldo Collet.



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